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PF Investiga envolvimento de Bancários em fraude bilionária na Americanas

Trata-se de nova investigação após PF concluir caso que resultou em denúncia contra 13 ex-diretores por fraude de mais de R$ 20 bilhões

Por: Redação
01/04/2025 às 20h36 Atualizada em 01/04/2025 às 20h42
PF Investiga envolvimento de Bancários em fraude bilionária na Americanas
FOTO REPRODUÇÃO

A Polícia Federal (PF) iniciou uma nova investigação para apurar a possível participação de funcionários dos bancos Santander e Itaú no esquema que resultou no rombo contábil de mais de R$ 20 bilhões na Americanas. Essa decisão ocorre após a conclusão de uma primeira investigação que levou o Ministério Público Federal (MPF) a denunciar 13 ex-executivos e ex-funcionários da varejista por fraudes na companhia.

A nova investigação tem como base informações fornecidas por Fabio Abrate, ex-diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, que assinou um acordo de colaboração premiada. Abrate revelou que funcionários dos bancos mencionados, juntamente com diretores da Americanas, teriam atuado intencionalmente para ocultar dívidas relacionadas às operações de "risco sacado" nos balanços da empresa. O "risco sacado" é uma operação financeira comum no varejo, na qual uma empresa obtém um empréstimo bancário para pagar fornecedores, melhorando seu fluxo de caixa. A fraude consistia em registrar incorretamente essas operações nos balanços, prática que, segundo Abrate, só foi possível com o conhecimento e consentimento de funcionários dos bancos.

Conversas entre ex-diretores da Americanas indicam que questões relacionadas à ocultação das operações de "risco sacado" foram discutidas em uma "sala blindada", um espaço dentro da empresa onde temas sensíveis, muitas vezes de cunho criminoso, eram debatidos. A PF destacou a "audácia do grupo criminoso", que chegou a cooptar funcionários dos bancos para alterar documentos e encobrir as fraudes contábeis, garantindo sua continuidade e dificultando a detecção por auditorias.

Em resposta às investigações, o Itaú Unibanco negou qualquer participação na fraude contábil da Americanas, afirmando que sempre forneceu informações corretas e completas às auditorias e reguladores sobre as operações contratadas pela empresa. O banco ressaltou que os informes enviados às auditorias alertavam para a existência das operações de "risco sacado" e que a elaboração das demonstrações financeiras é de responsabilidade exclusiva da administração da empresa. O Santander também repudiou qualquer insinuação contrária à lisura de sua relação com a Americanas, afirmando que sempre informou integralmente os saldos das operações da varejista no Sistema Central de Risco do Banco Central e que a responsabilidade pelas "inconsistências contábeis" é exclusiva da antiga diretoria da Americanas.

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